Em relação ao pleito de 2018, a emissão de novos títulos eleitorais para cidadãos brasileiros com 16 e 17 anos de idade registrou um crescimento de 51,13%, conforme indicam os dados da Justiça Eleitoral. Um total de 2.116.781 documentos foram emitidos para a eleição de 2022.

O aumento do interesse da juventude em relação aos rumos de seus estados e, principalmente, do país representa maior protagonismo dessa faixa etária e preocupação com os próximos anos, quando estarão mais maduros ou constituindo famílias.

O Tribunal Superior Eleitoral realizou uma campanha incentivando a participação de adolescentes nas eleições, com o apoio de influenciadores digitais e até mesmo celebridades internacionais, demonstrando que o pleito deste ano no Brasil é decisivo para o futuro do planeta, diante da necessidade de políticas de preservação do meio ambiente, sobretudo pela localização da Amazônia, em sua maior parte no território brasileiro.

Emily Joanna Martins, 17 anos, mora em Benevides, na Região Metropolitana de Belém, e é uma das novas eleitoras, exercendo seu direito pela primeira vez este ano. Um dos motivos que a levaram a querer votar é a falta de representatividade nos mandatos mais recentes. ”Eu decidi participar porque como jovem, eu sinto o dever de expressar que também faço parte da democracia do meu país. No governo atual, poucas são as vozes representando os jovens, defendendo suas pautas e ideias, eu como cidadã tenho o direito de escolher quem melhor me representaria”, comenta a estudante.

Emily Martins, eleitora de 17 anos

Para a jovem, uma das dificuldades em fazer a melhor escolha está na disseminação de notícias falsas, um dos artifícios muito utilizados nessas eleições. Por isso, ela se dedica a pesquisar em várias fontes de informação para formar uma linha de pensamento ou posicionamento sobre determinados temas.

A estudante considera que a participação da juventude está fazendo a diferença nessas eleições de 1º e 2º turnos. “Nós, aptos para a votação, devemos exercer nosso papel, tendo opinião e expondo ela, o jovem precisa usar sua voz para apresentar seus obstáculos para os adultos, que muitas vezes não conseguem mais entender do que precisamos. Elegendo uma pessoa que nos represente é o primeiro passo para a maior participação do jovem nas decisões políticas do país”, acredita.

Estela Silva, eleitora de 18 anos

Em Santarém, no Oeste paraense, a jovem Estela da Silva Santos, 18 anos, também vota pela primeira vez. "Uma grande parcela da população é constituída por pessoas jovens que amam a pátria e esperam por um futuro melhor, para as atuais e futuras gerações. Assim, aprendem a fazer parte do sistema democrático brasileiro e que a política é importante para população em geral", opina Estela.

Tanto Emily, quanto Estela, acreditam que as características e propostas dos candidatos devem ser observadas antes de se decidir por quais botões apertar na urna eletrônica.

"É um direito que tenho, e quero participar desse processo democrático do meu país, exercendo minha cidadania conscientemente, escolhendo o candidato pelo qual mais me sinto representada. Propostas as quais eu acredito vierem beneficiar nosso país, princípios defendidos pelo candidato, e possuir ficha limpa", destaca Estela.

A preocupação com questões sociais e econômicas, que impactam diretamente nas condições de vida das pessoas, também está entre os pontos de atenção. “Acredito que um candidato empático com seus eleitores faria um trabalho mais cheio de compaixão, olhando o país como um todo e não apenas como uma bolha de pessoas brancas, ricas e privilegiadas, um canditado de origem humilde que entenda o que o brasileiro precisa e pelo o quê ele luta”, destaca Emily.


Acesse nossos materiais educativos para saber mais sobre o tema:

Para Ler > Artigo O que é Protagonismo Juvenil?

Para Ver > Série Conectados, adolescentes explicando para adolescentes temas complexos, com uma linguagem própria

Para Ouvir > Faixa 10 do programa de rádio Estação Direitos: "Nossa vez, nossa voz – Protagonismo juvenil"

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